Imagine acordar e descobrir que a Mona Lisa desapareceu. O quadro mais famoso do planeta, guardado a poucos metros de turistas e câmeras, simplesmente sumiu. Parece roteiro de filme, mas aconteceu de verdade e foi só um dos muitos episódios dignos de cinema que já ocorreram dentro do Museu do Louvre, em Paris.
Recentemente, o museu voltou às manchetes com um roubo digno de Hollywood: criminosos invadiram o local usando um guindaste acoplado a um caminhão, levaram joias da coleção de Napoleão Bonaparte e da imperatriz Josefina e desapareceram em apenas sete minutos. Entre os itens, estavam um colar, um broche e uma tiara considerados de valor inestimável.
“Sete minutos e uma fuga de scooter foram suficientes para desafiar o museu mais seguro do mundo.”
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Mas essa não foi a primeira vez que o Louvre viu sua história ser manchada por roubos misteriosos. Confira cinco dos casos mais curiosos, e inacreditáveis, que já aconteceram dentro da casa da Mona Lisa.
1. O dia em que a Mona Lisa foi roubada
Em 1911, um funcionário do museu, Vincenzo Peruggia, decidiu que o quadro de Leonardo da Vinci deveria “voltar à Itália”. Ele simplesmente retirou a pintura da moldura, escondeu-a sob o casaco e saiu andando. O desaparecimento da obra durou dois anos, e entre os suspeitos interrogados estava ninguém menos que Pablo Picasso.
A pintura só foi recuperada quando Peruggia tentou vendê-la em Florença. O caso foi tão comentado na imprensa mundial que transformou a Mona Lisa em ícone global da arte. Antes do roubo, ela era apenas uma das muitas obras-primas do museu; depois dele, virou a mais famosa do mundo.

2. O roubo das armaduras renascentistas
Na virada de 31 de maio para 1º de junho de 1983, duas relíquias renascentistas, um capacete e uma armadura milanesa incrustada em ouro e prata, desapareceram misteriosamente. As peças só reapareceram 38 anos depois, em 2021.
Foram encontradas intactas, como se o tempo tivesse parado, o que tornou o caso ainda mais intrigante para os curadores do museu.

3. Picasso e o furto das estatuetas fenícias
Antes de ser vítima de suspeitas, Pablo Picasso foi cúmplice em um dos furtos mais curiosos do Louvre. Em 1907, o secretário do poeta Guillaume Apollinaire, Honoré-Joseph Géry Pieret, roubou duas estátuas ibéricas antigas do museu — supostamente a pedido do próprio Picasso.
O artista chegou a esconder as peças em sua casa e usou-as como inspiração para uma de suas obras mais famosas, Les Demoiselles d’Avignon. Quando a polícia descobriu o caso, Picasso e Apollinaire foram interrogados, mas acabaram inocentados do crime.
“Ironia das artes: o roubo que quase levou Picasso à prisão também inspirou uma das pinturas mais revolucionárias do século XX.”

4. O roubo de Camille Corot
Em 1998, um ladrão aproveitou um movimentado domingo no museu e simplesmente cortou da moldura a tela Le Chemin de Sèvres, de Jean-Baptiste Camille Corot, avaliada em mais de 1 milhão de dólares.
Mesmo com revistas em todos os visitantes, a obra nunca foi recuperada. Até hoje, o roubo é um dos maiores mistérios do Louvre.

5. A sequência de furtos de 1994
Os anos 1990 também foram conturbados para o museu. Em 1994, criminosos cortaram obras diretamente das molduras em três ataques diferentes, levando pinturas e até uma alabarda do século XVII. O mais impressionante é que tudo isso aconteceu mesmo com 240 seguranças de plantão.

Um museu cercado de arte e de histórias
O Louvre abriga mais de 35 mil obras de arte, e cada uma carrega um pedaço da história da humanidade. Mas entre os quadros e esculturas, o que também se esconde é uma galeria de mistérios e intrigas.
Esses episódios mostram que nem mesmo o museu mais vigiado do mundo está imune à ousadia humana. Afinal, quando o desejo de possuir uma obra-prima fala mais alto, a arte e o crime se misturam em uma narrativa digna de um filme.
Já imaginou o que se passa na mente de alguém que decide roubar uma obra que pertence ao mundo inteiro?