Imagine caminhar tranquilamente pela areia, curtindo o sol, e de repente dar de cara com uma criatura translúcida, gelatinosa, do tamanho de um carro pequeno, pulsando bem ali na sua frente. Parece coisa de filme, mas foi real. Uma enorme água-viva juba-de-leão encalhou recentemente em Willard Beach, uma praia bastante frequentada no estado do Maine, nos Estados Unidos.
Com 1,5 metro de largura e tentáculos que mesmo após a morte continuam perigosos, essa água-viva não é só uma das maiores já registradas na região. Ela também é um lembrete de que o oceano guarda criaturas tão belas quanto perigosas.
O que é a água-viva juba-de-leão?
A juba-de-leão (Cyanea capillata) é considerada a maior espécie de água-viva do mundo. Seus tentáculos podem chegar a mais de 30 metros de comprimento, superando até mesmo o tamanho de uma baleia azul em alguns casos. Ela costuma habitar águas geladas e profundas do Atlântico Norte e do Ártico, mas vem aparecendo com mais frequência em regiões costeiras.
Essa movimentação tem intrigado os cientistas, que estão observando um aumento tanto no número quanto no tamanho desses animais. Antes, o normal era ver espécimes do tamanho de um prato de jantar, com cerca de 30 centímetros. Agora, estão aparecendo criaturas com até cinco vezes esse tamanho.
Por que ela pode ser perigosa?
Mesmo que pareçam inofensivas e até encantadoras, as águas-vivas carregam células urticantes chamadas cnidócitos. No caso da juba-de-leão, essas células podem causar queimaduras dolorosas, mesmo quando o animal já está morto.
Por isso, a recomendação das autoridades locais foi clara: não toque, não se aproxime e alerte os responsáveis pela praia. Elas podem representar riscos reais à saúde, principalmente em praias lotadas.
Curiosidades gelatinosas que você talvez não saiba
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A juba-de-leão foi descrita pela primeira vez em 1870, em águas próximas à Inglaterra.
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Uma delas foi registrada com 37 metros de tentáculos, sendo considerada o maior invertebrado do mundo em extensão.
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Por serem quase totalmente compostas de água, as águas-vivas podem parecer frágeis, mas são sobreviventes de milhões de anos.
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Elas não possuem cérebro, coração ou ossos. Ainda assim, conseguem se mover, reagir ao ambiente e capturar presas.
Um lembrete das maravilhas (e perigos) do oceano
A água-viva gigante que surgiu no Maine é um fenômeno raro, mas que reforça a importância de respeitar a vida marinha e seus limites. Nem tudo que é bonito deve ser tocado. Às vezes, o melhor a se fazer é apenas observar, aprender e manter distância.
