Já imaginou nunca mais poder comer um bom churrasco por causa de uma picada de carrapato?
Parece roteiro de filme de terror para carnívoros, mas é pura realidade. Um pequeno carrapato chamado Lone Star, encontrado principalmente no sul e no leste dos Estados Unidos, tem assustado cientistas e pacientes com uma condição rara: a síndrome alfa-gal, uma alergia que pode tornar o corpo incapaz de tolerar carne vermelha.
Tudo começa com uma simples mordida. Ao picar um humano, o carrapato injeta uma molécula de açúcar chamada alfa-gal no sangue. Esse pequeno detalhe é o suficiente para enganar o sistema imunológico, que passa a reagir a alimentos de origem animal, como carne de boi, porco e cordeiro, como se fossem uma ameaça perigosa.
“Uma única picada pode mudar completamente a forma como você se alimenta”, alertam pesquisadores norte-americanos.
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Os sintomas variam bastante: alguns desenvolvem coceiras leves, enquanto outros sofrem reações anafiláticas graves, com falta de ar, vômitos e urticárias intensas. O mais curioso é que essas reações costumam aparecer horas depois da refeição, o que dificulta o diagnóstico imediato.
Nem todas as pessoas picadas desenvolvem a alergia, mas o número de casos suspeitos vem crescendo desde 2010, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A espécie Amblyomma americanum já foi registrada não só nos EUA, mas também no Canadá, México e América Central.
Um efeito que pode durar anos
Em quem é sensibilizado, os sintomas podem durar por anos e em alguns casos desaparecem apenas se a pessoa evitar novas picadas. Ou seja: a prevenção é essencial.
Com o aquecimento global, o carrapato Lone Star tem expandido seu território para o norte, o que preocupa pesquisadores. Ambientes quentes e úmidos são perfeitos para sua reprodução, e as mudanças climáticas estão ajudando na sua disseminação.
Como se proteger
Evitar áreas infestadas, usar roupas de manga longa, aplicar repelentes de insetos e fazer inspeções no corpo após atividades ao ar livre são medidas simples, mas eficazes.
Acredite, uma única picada pode ser o bastante para transformar seu churrasco favorito em um verdadeiro pesadelo.
A síndrome alfa-gal ainda não tem cura definitiva. Por isso, a ciência segue estudando como esse pequeno aracnídeo é capaz de gerar uma resposta tão intensa no corpo humano.
