o que é o Jericho 3?
Imagine um foguete gigante, de três estágios, movido a combustível sólido, capaz de disparar ogivas a milhares de quilômetros de distância com alta precisão. Esse é o Jericho 3, desenvolvido pela Israel Aerospace Industries desde meados dos anos 2000 e em serviço oficialmente desde 2011. Seu emprego original é estratégico: oferecer a Israel uma segunda opção de resposta num cenário de ataque nuclear iminente.
alcance real versus alcance teórico
O pulo do gato está no peso da carga. Com uma ogiva pesada de até 1,3 tonelada, o Jericho 3 voa “apenas” entre 4.800 e 6.500 km – já suficiente para cobrir boa parte do Oriente Médio, Europa e Norte da África. Mas descarregando parte da carga (para levar menos explosivo), alguns relatam que ele pode chegar a impressionantes 11.500 km. E aí entra a pergunta do milhão: a distância em linha reta entre Tel Aviv e Brasília beira os 10.400 km, então, em tese, um Jericho 3 turbo poderia sim beijar o nosso território.
trajetória e precisão
Missões nucleares não são jogadas de dardo: o Jericho 3 usa um sistema inercial combinado com ajustes de radar no reentrada, garantindo que a ogiva chegue exatamente onde foi programada. Essa capacidade multimíssil (MIRV) também permitiria, em teoria, que uma unidade transportasse vários veículos de reentrada independentes, cada um mirando um ponto diferente.
Brasil no radar?
Brincadeiras à parte, o cenário real é bem outro: Israel nunca declarou oficialmente capacidade nuclear — e menos ainda a intenção de mirar o Brasil. Militares chamam isso de “deterrência”, a arte de manter uma ameaça latente, mas nunca acionada. Ainda assim, fica a curiosidade: tecnicamente, nosso país está dentro do envelope máximo de alcance de um Jericho 3 leve.
curiosidades que você não sabia
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Submarinos com “rabinho nuclear”: além dos mísseis terrestres, Israel desenvolve mísseis de cruzeiro lançados debaixo d’água a bordo dos submarinos da classe Dolphin, garantindo um segundo nível de dissuasão.
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Cavernas secretas: acredita-se que as baterias de Jericho 3 estejam abrigadas em túneis subterrâneos, protegidos por metros de rocha e concreto, prontos para lançar em menos de 15 minutos após o comando.
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Tecnologia de ponta: a Israel Aerospace Industries não só fabrica o Jericho como também exporta satélites e sistemas de defesa antimíssil, como o famoso Iron Dome.
e se fosse um míssil convencional?
Mesmo sem ogiva nuclear, o Jericho 3 com carga de alto explosivo chegaria com força descomunal. Seu peso de lançamento passa de 29 toneladas, e uma ogiva de 2 a 3 toneladas de explosivo causaria destruição em área urbana comparável à detonação de dezenas de toneladas de TNT.
nossa distância não nos salva
Do outro lado do mundo, o Brasil pode até parecer longe, mas não há mágicas quando se trata de mísseis intercontinentais. Se um país quiser e tiver tecnologia, um trajeto de 10.000 km é apenas parte do cálculo — e não um limite absoluto.
conclusão curiosa
Então, sim: no mundo dos “e se?”, o Jericho 3 cabe no mapa até Brasília. Mas no jogo real, onde diplomacia, acordos e estratégias de dissuasão falam mais alto, a chance de um míssil desses cruzar o Atlântico é praticamente zero. Ainda assim, é impossível não se imaginar olhando para o céu, pensando no caminho que um míssil ICBM poderia traçar até o nosso quintal.
E você, já havia se perguntado se uma arma de um canto do planeta poderia atingir outro tão distante? Conta pra gente nos comentários!
