Você já ouviu alguém dizer que “uma palmada de vez em quando educa”? Pois é. A ciência passou mais de duas décadas investigando essa ideia — e a conclusão é um enorme NÃO.
Uma análise de 189 estudos realizados entre 2002 e 2024, envolvendo 92 países, inclusive o Brasil, mostrou que não existe nenhum benefício em bater em crianças. Nenhum mesmo. E mais: os prejuízos são profundos e duradouros.
📉 O que as palmadas realmente causam
Segundo a pesquisa publicada no prestigiado periódico Nature Human Behaviour, as punições físicas como palmadas e beliscões estão associadas a:
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Notas mais baixas na escola 📚
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Problemas de comportamento 😡
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Mais risco de desenvolver distúrbios mentais 🧠
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Pior qualidade do sono 😴
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Relações familiares mais frágeis 💔
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Maior propensão ao uso de drogas 🚬
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E até à reprodução de comportamentos violentos no futuro ⚠️
Ou seja, nada melhora com a violência. O que se pensava ser “educativo” se revelou apenas prejudicial — em todas as culturas analisadas.
🌍 Não é só uma questão cultural
Um dos grandes méritos dessa metanálise é que ela incluiu países de baixa e média renda, como o Brasil. Até pouco tempo, os estudos sobre punições físicas vinham principalmente de países ricos, o que deixava uma dúvida no ar: será que os resultados eram universais?
Agora sabemos que sim. Os efeitos negativos acontecem independentemente do país ou da cultura. Palmadas não funcionam melhor em lugares onde elas são mais aceitas. Elas só fazem mal. E ponto.
👶 Crianças não precisam de medo para aprender
Quando falamos de educação infantil, o que mais funciona é o vínculo afetivo, o diálogo e a consistência nas regras. A violência, mesmo quando “leve”, quebra a confiança, prejudica o desenvolvimento emocional e perpetua um ciclo que pode durar gerações.
Curiosamente, países que proíbem palmadas por lei tendem a ter crianças mais saudáveis emocionalmente e com melhores índices de bem-estar. Coincidência? A ciência diz que não.
📌 Curiosidades que você talvez não saiba:
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Em 2006, a ONU já havia recomendado a proibição mundial de castigos corporais.
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Hoje, 65 países já proibiram totalmente ou parcialmente bater em crianças — o Brasil ainda não está entre eles.
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Segundo a neurociência, o cérebro da criança é moldado pelas experiências de afeto ou de medo. E esse molde impacta toda a vida adulta.
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A palmada é, na maioria das vezes, um ato de descontrole emocional do adulto, não uma ferramenta educativa racional.
👀 Já imaginou educar sem bater?
Educar com empatia, escuta e limites claros é mais trabalhoso no começo, mas os resultados são incomparáveis: crianças mais seguras, confiantes e preparadas para o mundo.
Se queremos um futuro com menos violência, precisamos começar em casa. Com respeito, com escuta e, principalmente, com o entendimento de que ninguém aprende com dor — aprende com amor.