Já imaginou acordar em um mundo onde o Brasil está colado à Antártica, e o Oceano Atlântico simplesmente deixou de existir?
Pode parecer ficção científica, mas é exatamente o que cientistas acreditam que vai acontecer com o nosso planeta daqui a alguns milhões de anos.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, os continentes da Terra estão lentamente se movendo e devem se unir novamente para formar um novo supercontinente: a Pangeia Última, também chamada de Pangeia Próxima.
O retorno da Pangeia
Se o nome soa familiar, é porque ele é uma homenagem à antiga Pangeia, o supercontinente que existiu entre 335 e 175 milhões de anos atrás, quando todas as terras do planeta estavam conectadas.
Agora, a história pode se repetir, só que com consequências muito diferentes.
Os cientistas usaram modelos climáticos avançados, criados por supercomputadores, para simular o futuro da Terra. Segundo o estudo, todos os continentes atuais devem se mover até a região que hoje corresponde à África. As Américas, incluindo o Brasil, se unirão à Antártica, enquanto a Nova Zelândia ficará isolada, como uma pequena ilha perdida no novo mundo.
“Em cerca de 250 milhões de anos, a Terra pode se transformar em um único bloco de terra firme, e as condições de vida serão completamente diferentes das que conhecemos.”
Um planeta quase inabitável
Com os continentes tão próximos, a retenção de calor aumentará, e os mares terão menos influência sobre o clima. Isso significa que as temperaturas podem chegar a 60 °C em várias regiões.
Além disso, a colisão das placas tectônicas deve intensificar a atividade vulcânica, liberando enormes quantidades de gases do efeito estufa.
Os pesquisadores estimam que a atmosfera terá 50% mais dióxido de carbono do que hoje, enquanto o Sol emitirá ainda mais energia. O resultado? Quase metade da Terra pode se transformar em desertos escaldantes.
As únicas áreas relativamente habitáveis estariam nos extremos do norte e do sul, como Rússia e Chile, que ainda teriam condições mais amenas para sustentar vida.
O ciclo dos supercontinentes
Estudos anteriores publicados na revista Nature mostram que a união e separação dos continentes acontece em ciclos de aproximadamente 600 milhões de anos.
Ao longo da história da Terra, já existiram pelo menos três supercontinentes conhecidos: Columbia, Rodinia e Pangeia.
Mas a “Pangeia Última” pode ser realmente a última e com um desfecho trágico.
Segundo o estudo de 2023, as condições extremas desse novo planeta poderão exterminar os mamíferos, incluindo os seres humanos, que dificilmente resistiriam a um ambiente tão hostil.
“A formação da Pangeia Última não é apenas um fenômeno geológico. É um lembrete de como o clima e a vida na Terra estão profundamente conectados.”
Um alerta para o presente
Embora esse cenário leve milhões de anos para acontecer, ele serve como um alerta para os desafios atuais.
A pesquisa reforça o quanto o equilíbrio climático é frágil e como o aquecimento global pode acelerar processos que alteram completamente a vida no planeta.
Afinal, a Terra sempre mudou. Mas a velocidade com que essas mudanças estão acontecendo hoje depende, em grande parte, de nós.
