Já imaginou uma cidade do interior de Goiás se tornar uma peça-chave na disputa entre potências como China e Estados Unidos?
Pois é exatamente isso que está acontecendo com Minaçu, um município com pouco mais de 30 mil habitantes. Mas por baixo da terra calma da cidade, esconde-se um dos maiores segredos da geopolítica moderna: um dos maiores depósitos de terras raras do planeta.
🌍 Mas o que são essas tais "terras raras"?
Apesar do nome, terras raras não são tão escassas assim. O que é raro mesmo é encontrá-las em concentrações que tornem a extração viável — e ainda mais raro é conseguir processá-las. Esses minerais exóticos, como neodímio, térbio e disprósio, são indispensáveis para produzir desde carros elétricos, turbinas eólicas e celulares, até mísseis guiados e drones militares. Em outras palavras: são a base do nosso futuro — e das guerras do presente.
🏗️ Serra Verde: a mina que pode mudar o mundo
Em 2023, a mina da Serra Verde, em Minaçu, entrou em operação comercial. Ela é, atualmente, a única fora da Ásia capaz de produzir terras raras pesadas em larga escala. E isso é um baita negócio: os Estados Unidos já colocaram milhões em investimentos e cogitam financiar a expansão do projeto.
Não à toa, o nome de Minaçu já chegou à Casa Branca — e também aos corredores do governo chinês. Afinal, Pequim ainda domina cerca de 90% da cadeia global dessas substâncias e não está disposta a perder esse controle facilmente.
🤯 Curiosidades que você talvez não saiba
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O neodímio, encontrado em Minaçu, é usado para fazer os ímãs mais poderosos do mundo.
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A maior parte da separação de terras raras exige processos químicos altamente complexos e tóxicos, o que dificulta o domínio por outros países.
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Um carro elétrico pode usar até 2 kg de terras raras em seus motores e baterias.
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Durante a Guerra Fria, as terras raras já eram consideradas “materiais estratégicos de guerra”.
⚔️ Uma nova guerra fria mineral?
Com a tensão entre China e EUA crescendo, Minaçu pode se tornar um trunfo brasileiro em meio a uma guerra tecnológica silenciosa. O Canadá já considera o Brasil como o país com os projetos mais promissores do mundo.
A pergunta que fica é: será que vamos aproveitar esse potencial para ganhar protagonismo global?