Uma descoberta recente feita por cientistas brasileiros pode revolucionar o tratamento contra o Alzheimer. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encontraram na hidroxinorketamina (HNK), uma substância derivada da cetamina, a capacidade de restaurar a formação de novas memórias. A HNK atua na produção de proteínas no cérebro, essenciais para a comunicação entre neurônios, processo crítico para a consolidação de novas lembranças.
A HNK impede os danos causados pela doença ao restaurar as sinapses, ou seja, a comunicação entre as células do cérebro, mesmo na presença das placas de beta-amiloide. Isso pode evitar que pacientes percam informações recentes, como o nome de familiares ou o endereço de casa. Embora a substância não recupere memórias já destruídas, ela previne novas perdas e pode prolongar a funcionalidade cerebral.
Diferente da cetamina, a HNK não causa dependência ou alucinações, tornando-se uma alternativa segura para testes em humanos. Já utilizada em estudos de depressão severa, a substância tem efeitos mais duradouros do que os medicamentos convencionais.
Ferreira, líder do estudo, destaca que essa nova abordagem pode integrar um coquetel de medicamentos, visto que o Alzheimer é uma doença multifatorial, e tratamentos eficazes devem envolver múltiplas drogas.
O próximo passo é encontrar um laboratório que continue com os testes clínicos e torne o tratamento acessível para milhões de pessoas.