Você provavelmente aprendeu que a maior parte do oxigênio da Terra vem das plantas, das algas e da mágica chamada fotossíntese. Mas... e se eu te dissesse que existe oxigênio sendo produzido a 4 mil metros de profundidade no oceano, sem nenhum raio de sol por perto?
Pois é, cientistas acabam de descobrir algo totalmente inesperado: o chamado “oxigênio escuro”, surgindo nas profundezas da chamada Zona Clarion-Clipperton, uma área no Pacífico conhecida por seus mistérios e por ser rica em metais preciosos como níquel e cobalto.
Como assim, oxigênio sem sol?
Tradicionalmente, a única maneira conhecida de produzir oxigênio era por meio da fotossíntese, que exige luz solar. Mas nessas profundezas, onde reina a escuridão absoluta, os cientistas encontraram uma outra via: reações químicas em rochas metálicas do fundo do mar, conhecidas como nódulos polimetálicos.
Essas formações, ricas em minerais, parecem funcionar como verdadeiras “geobaterias” naturais, produzindo energia suficiente para dividir moléculas de água em hidrogênio e oxigênio — sem precisar de luz alguma. É como se o oceano tivesse suas próprias usinas subterrâneas!
O que isso muda?
Essa descoberta pode mudar totalmente a forma como entendemos a origem da vida na Terra. Afinal, aeróbios (seres que respiram oxigênio) poderiam ter surgido em ambientes completamente diferentes dos que pensávamos até hoje. E tem mais: isso levanta um alerta sobre os impactos da mineração em alto-mar, já que esses nódulos são altamente cobiçados por suas riquezas metálicas.
Se começarmos a extraí-los em massa, podemos estar mexendo com processos naturais que mantêm a vida em equilíbrio, e que ainda nem compreendemos direito.
Curiosidade bônus:
Esses “geobaterias” naturais geram cerca de 0,95 volts — quase a mesma voltagem de uma pilha AA! E mesmo tão pequenas, parecem estar gerando oxigênio em um dos lugares mais inóspitos do planeta.
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