Apesar da impressão comum de que as baleias não pegam sol, elas realmente recebem luz solar – até mais do que você, que passa o dia no escritório! A radiação solar penetra na água, e a quantidade de luz que as baleias recebem depende da profundidade e da turbidez da água. Embora a maior parte da luz se perca após 200 metros de profundidade, o oceano só se torna completamente escuro após cerca de um quilômetro. As baleias azuis, por exemplo, costumam se alimentar em profundidades de até 100 metros.
Além disso, como mamíferos, as baleias precisam subir à superfície para respirar, momento em que também tomam sol. Segundo Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, "uma pessoa que passa o dia todo dentro de um escritório tem mais chances de ter deficiência de vitamina D do que uma baleia que vive em ambiente aberto e recebe radiação solar até certa profundidade."
No entanto, a principal fonte de vitamina D para as baleias não é a exposição solar. Diferente dos humanos, que sintetizam vitamina D3 através da conversão do 7-dehidrocolesterol na pele com a ajuda da radiação ultravioleta, as baleias obtêm essa vitamina essencial através da alimentação.
A dieta das baleias é rica em zooplâncton e, especialmente, em krill – pequenos crustáceos semelhantes a camarões. Elas também consomem grandes quantidades de peixes como sardinhas e arenques, que formam grandes cardumes. A vitamina D, assim como as vitaminas A, E e K, é lipossolúvel, ou seja, é diluída em gordura. Peixes gordurosos, como salmão, sardinha e arenque, possuem altos teores de vitamina D.
As baleias acumulam essa vitamina em suas espessas camadas de gordura, que podem variar de 10 a 30 centímetros, dependendo da espécie. Com essas grandes reservas, as baleias mantêm níveis adequados de vitamina D sem depender da exposição ao sol ou de suplementos vitamínicos.