Você sabia que o sangue doado é crucial para salvar vidas em situações de emergência, cirurgias complexas e tratamento de doenças crônicas? No Brasil, aproximadamente 3,4 milhões de doações de sangue são realizadas anualmente. Embora este número esteja dentro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere que pelo menos 1% da população seja doadora, os especialistas ressaltam a importância de aumentar essa taxa, especialmente durante o inverno, quando os estoques dos bancos de sangue caem drasticamente.
O sangue coletado é vital não só para emergências e grandes cirurgias, mas também para o tratamento de condições crônicas, como a anemia falciforme e a talassemia. Pacientes com essas doenças podem necessitar de transfusões frequentes, até 18 vezes por ano. A doação de sangue é um processo rápido, levando cerca de dez minutos.
Após a doação, amostras de sangue são enviadas para laboratórios para verificar a compatibilidade e segurança. As bolsas de sangue vão para o setor de processamento.
O sangue é separado em componentes:
- Eritrocitários (hemácias): Tratam anemias e hemorragias agudas.
- Plaquetários: Usados para pacientes com risco de hemorragia devido a baixos níveis de plaquetas.
- Plasmáticos: Indicados para distúrbios de coagulação, como púrpura trombocitopênica.
Amostras são testadas para sífilis, hepatites B e C, doença de Chagas, HIV, HTLV I e II, além de testes imuno-hematológicos. Durante este período, as bolsas ficam em quarentena até a liberação dos resultados negativos.
Após os testes, os hemocomponentes são etiquetados e armazenados conforme regras específicas:
- Hemácias: Refrigeradas entre 2ºC e 6ºC.
- Plaquetas: Guardadas em temperatura ambiente entre 20ºC e 24ºC.
- Plasma: Congelado a -18ºC. A validade varia: plaquetas duram 5 dias, plasma até um ano, e hemácias cerca de um mês.
Quando há necessidade de transfusão, amostras do receptor são testadas para determinar o tipo de sangue compatível. Em São Paulo, por exemplo, o sangue é processado em até seis horas após a doação, com cerca de 12 mil bolsas coletadas mensalmente para abastecer cerca de 100 unidades de saúde estaduais. Em situações emergenciais, outros estados podem cooperar fornecendo bolsas de sangue.