Você já imaginou que a alimentação pode ter um impacto direto nos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Pois é exatamente isso que um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet revelou.
O que o estudo descobriu?
Cientistas acompanharam 100 crianças com idades entre 4 e 8 anos, dividindo-as em dois grupos: um seguiu uma dieta extremamente restritiva e o outro recebeu apenas orientações para uma alimentação saudável sem restrições específicas. A dieta restrita incluía apenas alimentos hipoalergênicos como arroz, peru, cordeiro, alface, cenoura e peras.
O resultado? Após cinco semanas, 64% das crianças que seguiram a dieta restritiva apresentaram melhora significativa nos sintomas do TDAH, enquanto o grupo que manteve uma alimentação comum não mostrou nenhuma mudança.
Mas como a alimentação pode influenciar o TDAH?
Pesquisadores acreditam que certos alimentos podem desencadear processos inflamatórios ou reações alérgicas que afetam o funcionamento do cérebro. Corantes artificiais, açúcares refinados e alimentos ultraprocessados já foram apontados como possíveis vilões para quem tem TDAH.
Outro ponto interessante é que o intestino e o cérebro estão mais conectados do que imaginamos. Estudos indicam que a microbiota intestinal tem um papel importante na regulação do humor e da cognição. Ou seja, uma dieta equilibrada pode ser um grande aliado para quem busca controlar os sintomas do transtorno.
Será que a dieta pode substituir os remédios?
Embora os resultados do estudo sejam promissores, os especialistas alertam que a alimentação sozinha não substitui tratamentos tradicionais como terapias comportamentais e, em alguns casos, medicamentos. No entanto, essa pesquisa abre espaço para novas abordagens complementares que podem melhorar a qualidade de vida de crianças com TDAH.
Como aplicar isso no dia a dia?
Se você conhece alguém com TDAH e quer testar mudanças na alimentação, algumas dicas são:
-
Reduzir o consumo de ultraprocessados como salgadinhos, refrigerantes e embutidos.
-
Evitar corantes e conservantes artificiais, muito presentes em doces e sucos industrializados.
-
Priorizar alimentos naturais e ricos em nutrientes como peixes, oleaginosas, frutas e vegetais.
-
Observar possíveis sensibilidades alimentares, pois alguns estudos indicam que laticínios e glúten podem influenciar sintomas em algumas pessoas.
E aí, vale a pena testar?
Com tantas descobertas sobre a relação entre alimentação e cérebro, pode ser interessante experimentar ajustes na dieta para entender como o organismo reage. Afinal, se pequenas mudanças no prato podem trazer benefícios para o foco e a atenção, por que não tentar?
Comentários: