Quando o assunto é cannabis, muitas dúvidas e mitos surgem. Um dos mais famosos é a ideia de que ela "queima neurônios". Mas será que isso é verdade? Prepare-se para descobrir fatos fascinantes e surpreendentes sobre a erva, com base na ciência!
A origem do mito: Como tudo começou
A crença de que a maconha destrói neurônios nasceu nos anos 70, durante a "guerra às drogas" nos Estados Unidos. Tudo começou com um estudo que analisou macacos expostos à inalação contínua de altas quantidades de fumaça de maconha — equivalente a 30 cigarros diários. O resultado? Os animais apresentaram redução no volume cerebral e morreram, o que levou à conclusão (errada) de que a maconha "matava neurônios".
Mas tem um detalhe importante: os macacos não recebiam oxigênio suficiente durante o experimento! Ou seja, o dano cerebral observado foi causado pela falta de ar, e não pela maconha.
O que a ciência moderna diz sobre isso?
Pesquisas recentes desmentem essa ideia. Estudos em ratos mostraram que fitocanabinoides, compostos presentes na maconha, podem até melhorar a plasticidade cerebral em determinadas condições. Ratos idosos que consumiram essas substâncias, por exemplo, tiveram um desempenho cognitivo superior ao de ratos da mesma idade que não consumiram.
Por outro lado, não significa que a maconha seja inofensiva. O uso abusivo, especialmente em jovens com o sistema nervoso ainda em formação, pode trazer riscos como déficits de memória e piora em quadros de ansiedade e depressão.
Maconha e o cérebro jovem: cuidado redobrado
Até os 25 anos, o sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento, o que torna o cérebro mais vulnerável aos efeitos do consumo da maconha. A especialista Cíntia Braga alerta que ainda não temos dados suficientes para garantir a segurança do uso em idades mais jovens.
Além disso, o uso crônico em grandes quantidades, mesmo em adultos, pode desregular o sistema endocanabinóide, causando prejuízos cognitivos e motivacionais.
Curiosidades sobre o sistema endocanabinóide
- O sistema endocanabinóide está presente em todos os mamíferos e é responsável por funções importantes, como controle da dor, apetite e humor.
- O corpo humano produz seus próprios "canabinoides naturais", chamados de endocanabinoides, que ajudam a regular o equilíbrio interno.
- Estudos recentes exploram o uso terapêutico de fitocanabinoides em tratamentos para doenças como epilepsia, dor crônica e até Alzheimer.
Conclusão: Maconha não queima neurônios, mas exige equilíbrio
A ciência é clara: a maconha não destrói neurônios, mas o uso inadequado pode trazer consequências negativas. O segredo está no consumo consciente e na busca por informações confiáveis.
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