Você já seguiu uma dieta, perdeu peso e, pouco tempo depois, percebeu que o ponteiro da balança voltou a subir? Esse fenômeno, conhecido como "efeito sanfona", pode estar diretamente ligado a uma "memória" surpreendente: a das células de gordura! Um estudo do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique) revelou que alterações epigenéticas — mudanças que influenciam a expressão dos genes sem modificar o DNA em si — podem estar por trás dessa dificuldade persistente em manter o peso. Essa descoberta abre caminho para novas abordagens no combate à obesidade e seus desafios.
O estudo, publicado na renomada revista Nature, analisou células de gordura em camundongos que passaram por dietas restritivas e identificou alterações epigenéticas únicas em animais que haviam sido obesos. Essas mudanças criam uma espécie de “memória” nas células, facilitando o retorno ao estado de sobrepeso quando expostas novamente a uma dieta calórica. É como se as células "lembrassem" do seu estado anterior e lutassem para retornar a ele, mesmo depois de um período significativo de emagrecimento. Dados semelhantes também foram observados em humanos, reforçando a relevância dos achados para a ciência e a saúde.
Mas não para por aí: os cientistas também destacaram que essas alterações podem durar até dez anos, já que as células de gordura têm uma vida longa antes de serem substituídas pelo organismo. Por enquanto, ainda não existe uma forma de "apagar" essa memória epigenética, mas os pesquisadores acreditam que futuros tratamentos podem ser desenvolvidos. Enquanto isso, prevenir o excesso de peso desde o início parece ser o melhor caminho. A questão que fica é: até onde a ciência pode ir para resolver esse problema?
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