Para os astronautas americanos, votar é um dever que não se perde nem mesmo a milhares de quilômetros da Terra. Em vez de se ausentarem das eleições, eles podem exercer esse direito diretamente da Estação Espacial Internacional (ISS), em um processo que envolve tecnologia avançada e logística bem planejada. O voto no espaço é possível graças à aprovação de uma legislação no Texas em 1997, após o pedido do astronauta John Blaha para votar enquanto estava em órbita. Esse pioneirismo se transformou em rotina desde 2004, permitindo que astronautas permaneçam politicamente ativos sem precisar esperar o retorno ao planeta.
Para viabilizar o voto, o procedimento começa com o preenchimento de um requerimento específico: o cartão postal federal de cédula ausente. Com isso, o astronauta recebe uma cédula eletrônica e a preenche enquanto está na ISS. Essa cédula é então criptografada e transmitida para o centro de controle da NASA em Houston, Texas, através de um sistema de comunicação por satélite seguro. Após a chegada da cédula ao Johnson Space Center, ela é encaminhada ao escrivão do condado, que a processa como qualquer outro voto em solo americano. Essa prática garante que os astronautas não apenas votem com segurança, mas também mantenham a confidencialidade do processo eleitoral, um direito fundamental.
Essa inovação tem sido um marco histórico para a democracia americana, assegurando que, mesmo fora do planeta, os astronautas continuem representados. Um exemplo notável é o da astronauta Kate Rubins, que votou em duas eleições consecutivas — em 2016 e 2020. Esse modelo inspira outros países e mostra que, com a tecnologia e a regulamentação adequadas, o dever cívico pode ser cumprido até mesmo no espaço. Além de aproximar os astronautas da vida política americana, essa conquista reforça a importância da cidadania e do engajamento político, não importa onde você esteja.