Uma pesquisa inovadora realizada pela Universidade da Califórnia aponta que fragrâncias específicas têm o poder de estimular a memória de idosos, revelando uma possível abordagem não invasiva para fortalecer a cognição e combater a demência. Publicado na renomada revista Frontiers in Neuroscience, o estudo envolveu participantes entre 60 e 85 anos sem comprometimento de memória, proporcionando resultados notáveis.
Os participantes foram divididos em dois grupos, ambos recebendo difusores e sete cartuchos contendo óleos naturais com fragrâncias únicas. O grupo experimental recebeu cartuchos em quantidade total, enquanto o grupo de controle obteve óleos em menor proporção. A rotina consistia em utilizar um cartucho diferente antes de dormir, ativando o difusor por duas horas durante o sono.
Os resultados foram surpreendentes: o grupo enriquecido registrou um aumento significativo de 226% na capacidade cognitiva em comparação com o grupo de controle, relatando, ainda, uma melhoria na qualidade do sono. Exames de imagem destacaram uma melhor integridade na via cerebral conhecida como fascículo uncinado esquerdo, cuja robustez tende a diminuir com a idade, prejudicando a conexão entre o lobo temporal medial e o córtex pré-frontal de tomada de decisão.
O estudo confirma a estreita relação entre o olfato e a memória, conforme destacado pelo professor Michael Yassa, Chair em Neurobiologia da Aprendizagem e Memória, James L. McGaugh. Yassa enfatiza o privilégio especial do sentido olfativo, conectado diretamente aos circuitos de memória do cérebro, diferenciando-se dos outros sentidos direcionados pelo tálamo.
Assim, noites tranquilas, impulsionadas por fragrâncias agradáveis, emergem como potencial aliado na preservação da memória de idosos, oferecendo uma promissora estratégia na prevenção ou redução da progressão de doenças como o Alzheimer. É crucial ressaltar que a implementação dessas descobertas deve ser realizada sob supervisão médica.
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