Imagine uma madeira capaz de brilhar no escuro por até 10 dias! Parece ficção científica, mas essa descoberta impressionante é real. Pesquisadores do laboratório de Celulose e Materiais de Madeira da Empa, na Suíça, liderados por Francis Schwarze, encontraram uma maneira de combinar madeira com um fungo parasita conhecido como Armillaria mellea (fungo-do-mel). O segredo? Uma substância chamada luciferina, produzida pelo fungo, que cria uma reação bioluminescente, iluminando a madeira com um brilho verde hipnotizante.
Tudo começa com o fungo se infiltrando na madeira, espalhando suas redes microscópicas e iniciando um processo químico em duas etapas. Esse processo ativa a luciferina, fazendo com que a madeira emita luz. O mais surpreendente é que, mesmo "infectada", a estrutura da madeira permanece intacta e robusta, tornando-a uma candidata perfeita para aplicações práticas.
Os testes foram realizados com madeira balsa, escolhida por sua leveza, e revelaram que, apesar do fungo consumir a lignina (responsável pela rigidez), a celulose – essencial para a resistência – permanece intacta. Isso significa que a madeira não perde suas propriedades estruturais enquanto brilha no escuro.
Essa madeira biohíbrida, resultado da interação entre organismos vivos e matéria inerte, pode abrir portas para inovações incríveis. Desde dispositivos portáteis que dispensam baterias até iluminações sustentáveis em áreas remotas, o potencial é vasto. No laboratório, a bioluminescência já foi replicada e controlada, o que indica que seu uso em larga escala é uma possibilidade real no futuro.
Os pesquisadores agora estão focados em aprimorar a intensidade e a duração do brilho, o que pode transformar essa invenção em um marco para a ciência e a tecnologia sustentável.
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