A memória, tradicionalmente associada ao cérebro, pode estar presente em outras partes do corpo. Pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU) descobriram que células não cerebrais, como renais e nervosas, conseguem guardar "memórias químicas". Em um estudo inovador publicado na revista Nature, os cientistas demonstraram que processos semelhantes aos de aprendizado cerebral também ocorrem em células periféricas, sugerindo que a capacidade de aprendizado celular é uma propriedade fundamental do organismo.
O experimento revelou que células podem ser "treinadas" com pulsos químicos espaçados, ativando genes ligados à memória de maneira duradoura. O método utiliza proteínas como PKA e PKC, que regulam essas respostas químicas. Quando os estímulos foram aplicados repetidamente, as células "lembraram" das informações por vários dias, simulando um mecanismo semelhante ao aprendizado por repetição. Essa descoberta não apenas amplia nosso entendimento sobre as funções corporais, mas também sugere que diferentes tipos de células podem processar memórias de maneira análoga aos neurônios.
Os resultados trazem potenciais avanços para a medicina, incluindo o tratamento de doenças que afetam a memória ou a aprendizagem. Além disso, abrem portas para explorar como "memórias celulares" impactam processos como regulação de glicose no pâncreas ou respostas a terapias em células cancerígenas. Embora o estudo ainda esteja em fase inicial, especialistas acreditam que a compreensão dessas memórias pode revolucionar áreas como neurociência e biologia molecular. O próximo desafio será aprofundar as investigações para desvendar como esses mecanismos influenciam a saúde humana.
Comentários: