Já imaginou dirigir um carro que parece uma obra de arte sobre rodas, feito quase todo de aço, com para-choques cromados e aquele charme retrô que hoje é sinônimo de colecionador? Pois é, na década de 1960, os carros eram verdadeiras esculturas mecânicas, imponentes, pesados e cheios de estilo. Mas será que eles eram tão incríveis assim… ou esconderiam perigos que você jamais imaginaria?
Quando o aço era rei
Os carros dos anos 60 foram construídos em uma era onde robustez era sinônimo de qualidade. Aço por todos os lados, grades metálicas, painéis espessos e acabamentos cromados que mais pareciam joias em movimento. Plástico? Nem pensar. O interior era puro metal, com botões mecânicos, mostradores analógicos e volante de aço. Tudo parecia feito para durar décadas.
E duravam mesmo. Em pequenos impactos, esses tanques sobre rodas mal arranhavam a pintura. Só que havia um grande problema: toda essa armadura não significava segurança.
A beleza que machuca
O que muita gente não sabe é que, apesar de resistentes, esses carros eram armadilhas ambulantes em colisões mais sérias. Não existia cinto de segurança como padrão, os bancos não tinham apoio de cabeça e os volantes, feitos de metal rígido, funcionavam como lanças em direção ao peito do motorista em um impacto. Literalmente.
Os painéis de instrumentos eram de chapa fina e podiam se transformar em lâminas cortantes. E o porta-luvas, com sua tampa afiada de metal, poderia causar ferimentos sérios nos joelhos ou abdômen em um acidente. Sim, esses carros pareciam invencíveis, mas em uma batida a 50 quilômetros por hora, podiam ser letais.
A evolução que salvou vidas
A partir das décadas seguintes, o plástico, o alumínio e os sistemas de segurança foram ganhando espaço. Vieram os cintos de segurança de três pontos, os airbags, as zonas de deformação e os testes de colisão. Hoje, um carro pode se amassar inteiro em um acidente, mas essa deformação é feita para absorver o impacto e proteger os ocupantes.
Curiosamente, um carro moderno pode até parecer frágil, mas ele é projetado para salvar vidas. Já os veículos dos anos 60, por mais bonitos e resistentes que fossem, simplesmente não tinham essa preocupação.
Curiosidades que impressionam
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O cinto de segurança de três pontos, que hoje é obrigatório, só começou a ser usado em larga escala no final da década de 60.
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Até meados dos anos 70, era comum os carros saírem de fábrica sem retrovisores do lado do passageiro.
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Em muitos modelos antigos, o painel frontal era tão rígido que, em colisões, os passageiros da frente sofriam lesões graves mesmo com o uso do cinto abdominal.
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Alguns modelos clássicos tinham mais de 1.500 quilos sem contar os ocupantes, o que aumentava o risco e a gravidade dos acidentes.
Então, da próxima vez que você vir um carro antigo e se encantar com o charme dele, lembre-se: eles podem ser maravilhosos de se olhar, mas nem de longe eram tão seguros quanto parecem.
