O café, um item indispensável na rotina dos brasileiros, está ficando cada vez mais caro, e a culpa é da seca e do calor intenso que têm prejudicado o cultivo. Desde 2021, as condições climáticas severas têm reduzido significativamente as colheitas de café nas principais regiões produtoras, como Minas Gerais e Espírito Santo. De acordo com Celírio Inácio, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a safra de 2024 já enfrenta grandes desafios e a situação deve piorar com a proximidade de novas colheitas. O resultado é um aumento previsto de 10% a 15% no preço do produto nos próximos dois meses.
O impacto dessas adversidades climáticas reflete diretamente no bolso do consumidor. Em agosto de 2024, o valor do café moído subiu 3,7%, e o aumento acumulado nos últimos 12 meses já passa de 16%, ultrapassando a inflação. O preço médio por quilo de café chegou a R$ 39,63. A crise hídrica nas regiões cafeeiras compromete a produção dos grãos, que ficam mais leves e exigem maior quantidade para encher uma saca. Mesmo com sistemas de irrigação, a falta de chuvas suficientes impede uma recuperação efetiva.
Além do café, outros setores também estão sendo afetados pela seca, o que levou o governo a discutir a possível volta do horário de verão para economizar energia, uma vez que a produção hidrelétrica está comprometida. Enquanto a demanda por café continua alta, a produção insuficiente aumenta os custos. As expectativas indicam que o café arábica já subiu cerca de 80% e o conilon, impressionantes 114%. Mesmo com os supermercadistas tentando segurar os preços, a tendência é de que o valor continue a subir nos próximos meses.