Já imaginou um mundo sem celulares, carros elétricos, energia limpa e até sem drones militares? Pois é... tudo isso depende de um grupo de elementos químicos com nomes estranhos e poder surpreendente: as terras raras.
Apesar do nome, elas não são tão raras assim. Estão espalhadas pela crosta terrestre, mas quase sempre em pequenas quantidades e misturadas com outros minerais, o que torna a extração caríssima e super complexa. E é aí que começa a corrida global.
O que são, afinal, essas tais "terras raras"?
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos que incluem nomes como térbio, praseodímio e disprósio — difíceis de pronunciar, mas essenciais para o funcionamento de tecnologias avançadas.
Esses metais têm propriedades magnéticas e condutivas únicas. Eles estão presentes em:
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Telescópios espaciais
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Turbinas eólicas
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Painéis solares
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Baterias de carros elétricos
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Fones de ouvido com cancelamento de ruído
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E, pasme, até nos controle-remoto da sua TV
Uma disputa que vai além da tecnologia
A importância das terras raras é tão grande que virou motivo de tensão entre potências globais. A China, por exemplo, controla 70% da produção mundial, o que dá ao país um poder geopolítico enorme.
Do outro lado, os Estados Unidos tentam correr atrás, explorando reservas no próprio território e tentando fechar acordos com países que têm depósitos ricos — como a Ucrânia e até a Groenlândia. Sim, aquela ilha gelada que parecia irrelevante de repente virou um ponto estratégico de interesse mundial.
E o Brasil nisso tudo?
O Brasil possui grandes reservas de terras raras, principalmente em estados como Minas Gerais, Goiás e Amazonas. A estimativa é de que o nosso país esteja entre os cinco maiores potenciais do mundo nesse setor. Porém... até agora, pouco se faz com isso.
A falta de investimento em tecnologia de extração e a burocracia ainda são grandes barreiras para transformar esse potencial em realidade. Enquanto isso, assistimos de camarote à disputa entre os gigantes.
Curiosidades que você não sabia sobre as terras raras:
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Uma grama de térbio pode custar mais de R$ 2 mil no mercado internacional.
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A primeira aplicação moderna das terras raras foi nos tubos de imagem de TVs antigas.
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O iPhone tem pelo menos 8 tipos diferentes de terras raras em sua estrutura.
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Sem elas, seria praticamente impossível fabricar drones militares modernos.
O futuro depende delas?
Sim. E mais do que isso: o equilíbrio geopolítico também. Enquanto a maioria dos países ainda engatinha na exploração desses metais, a China já entendeu há anos o poder estratégico dessas pequenas preciosidades.
Da próxima vez que você ligar seu celular ou ver um carro elétrico silencioso passando por você, lembre-se: há um pedacinho de terra rara ali — e talvez uma fatia da próxima grande disputa mundial também.
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