Quantas músicas, lendas e teorias já ouvimos sobre o misterioso lado oculto da Lua? Esse hemisfério lunar sempre foi fonte de fascinação e especulação. Mas, afinal, o que realmente sabemos sobre ele?
Primeiramente, é importante esclarecer que o "lado escuro" da Lua nem sempre está escuro. Esse termo se refere ao lado da Lua que nunca vemos da Terra, devido à rotação sincronizada do nosso satélite natural. Ou seja, enquanto a Lua orbita a Terra, ela também gira em torno de seu próprio eixo, completando ambos os movimentos em cerca de 29,5 dias. Esse fenômeno faz com que sempre vejamos a mesma face da Lua, enquanto o outro lado permanece oculto para nós.
A Lua, uma rocha gigante presa pela gravidade da Terra, sincronizou seus movimentos de rotação e translação ao longo dos anos. Esse ciclo lunar de aproximadamente 29,5 dias permite que vejamos todas as fases da Lua, enquanto o lado oculto também passa por variações de iluminação. Quando a Lua está na fase nova, a face visível é escura e o lado oculto está totalmente iluminado, demonstrando que o "lado escuro" é uma questão de perspectiva.
Graças às missões espaciais, finalmente podemos observar o lado oculto da Lua. Diferente da face visível, ele possui menos áreas escuras conhecidas como "mares lunares". Esses mares, inicialmente identificados como corpos d'água por cientistas antigos, são na verdade regiões formadas por antigas erupções vulcânicas. As áreas mais claras representam o solo mais antigo, marcado por inúmeras crateras resultantes de impactos de meteoros.
Na madrugada desta terça-feira (25), a China alcançou um marco histórico na exploração espacial. Pela primeira vez, amostras da face oculta da Lua foram trazidas à Terra, graças à missão Chang'e 6. Este feito extraordinário aconteceu com o pouso da cápsula de retorno na Mongólia Interior, às 3h07 (horário de Brasília), após uma reentrada atmosférica transmitida ao vivo.
A cápsula da Chang'e 6, ao retornar, continha cerca de 2 kg de rochas e solo lunar. Estas amostras foram coletadas na cratera Apollo, localizada na bacia Polo Sul-Aitkin. A análise desses materiais em um laboratório especial, protegido com atmosfera de nitrogênio puro, promete revelar segredos geológicos significativos.
A conquista da Chang'e 6 é um marco monumental na exploração lunar, demonstrando a crescente influência da China no espaço. Com a análise das amostras, a humanidade está prestes a dar um grande passo na compreensão da geologia lunar e, consequentemente, do nosso próprio planeta.