Sabado, 15 de Novembro de 2025
OMS faz alerta sobre uso de vapes por crianças e adolescentes

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OMS faz alerta sobre uso de vapes por crianças e adolescentes

Mesmo com a queda no número de fumantes, os cigarros eletrônicos estão criando uma nova geração dependente de nicotina.

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Imagine um produto vendido como moderno, tecnológico e “menos prejudicial” que o cigarro comum. Agora imagine esse mesmo produto sendo responsável por viciar milhões de adolescentes em nicotina no mundo inteiro. Essa é a nova preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS): o crescimento alarmante do uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes.

A OMS divulgou um relatório que soa como um grande alerta global: os vapes estão alimentando uma nova onda de dependência em nicotina, especialmente entre os jovens.

“Eles são vendidos como uma forma de redução de danos, mas, na verdade, estão viciando crianças em nicotina cada vez mais cedo”, afirmou Etienne Krug, diretora da OMS.

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Uso de vapes por adolescentes
Os vapes estão alimentando uma nova onda de dependência em nicotina

 

Uma epidemia disfarçada de modernidade

Nos últimos anos, os cigarros eletrônicos surgiram como o “substituto” do cigarro tradicional. Coloridos, com sabores doces e design futurista, rapidamente conquistaram o público jovem. O problema é que, por trás da aparência inofensiva, esses dispositivos contêm altas doses de nicotina, a substância responsável pelo vício.

Segundo a OMS, crianças têm nove vezes mais chance de usar vapes do que adultos. Estima-se que 15 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos já façam uso regular do produto.

A nova estratégia da indústria do tabaco

Com o declínio das vendas do cigarro tradicional, a indústria do tabaco parece ter encontrado um novo público: os jovens conectados. O relatório da OMS aponta o uso de táticas agressivas de marketing, incluindo a promoção por influenciadores digitais, que apresentam o vape como algo descolado e seguro.

“É muito difícil regular esse tipo de publicidade online”, afirma Alison Commar, autora do relatório global. “Os vapes se tornaram uma porta de entrada para o vício em nicotina”.

Números que revelam um contraste

Enquanto o número global de fumantes cai, de 1,38 bilhão em 2000 para 1,2 bilhão em 2024, o número de usuários de cigarros eletrônicos ultrapassou 100 milhões de pessoas. A maioria vive em países ricos, mas o consumo cresce rapidamente entre adolescentes em todos os continentes.

No Brasil, o tabagismo tradicional recuou para cerca de 9% da população adulta, um avanço considerável. Porém, a popularização dos vapes ameaça reverter décadas de conquistas na luta contra o tabaco.

Vapes
O número de usuários de cigarros eletrônicos ultrapassou 100 milhões de pessoas

 

A armadilha da dependência precoce

O que começa como curiosidade pode se transformar em dependência em poucos dias. A nicotina presente nos vapes atua diretamente no cérebro, estimulando a liberação de dopamina e criando uma sensação imediata de prazer. O problema é que o corpo se adapta rapidamente e passa a exigir doses cada vez maiores.

Especialistas já alertam para danos nas cordas vocais, problemas respiratórios e alterações no humor entre jovens usuários.

O alerta final da OMS

“Milhões de pessoas estão deixando o tabaco, mas a indústria está reagindo com novos produtos que mantêm o vício vivo”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. A mensagem é clara: os cigarros eletrônicos podem estar sabotando décadas de progresso na saúde pública mundial.

“A nova geração corre o risco de crescer acreditando que o vício é apenas uma moda passageira”, conclui o relatório.

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