Terça-feira, 18 de Marco de 2025
Padrões cerebrais em bebês podem prever autismo, revelam cientistas

Ciência

Padrões cerebrais em bebês podem prever autismo, revelam cientistas

Estudo inédito revela conectividade cerebral que pode indicar risco de autismo em bebês de 6 semanas.

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Os cientistas descobriram um padrão único de conectividade cerebral em bebês de apenas 6 semanas de idade que têm maior probabilidade de desenvolver autismo. Esta descoberta oferece insights cruciais sobre o desenvolvimento neurológico dos transtornos do espectro do autismo (TEA) e pode promover intervenções precoces no futuro.

Existem muitas causas potenciais para o TEA, incluindo fatores genéticos e ambientais. Crianças com irmãos mais velhos autistas têm um risco maior de também serem diagnosticadas com autismo. Saber que essas crianças estão em "alto risco" torna essencial o desenvolvimento de testes preditivos precisos para facilitar o diagnóstico precoce.

Um novo estudo publicado na revista Communications Biology investigou como os padrões de conectividade cerebral em bebês de "alto risco" diferem dos padrões em seus pares. A equipe da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, avaliou 53 bebês de 6 semanas de idade, sendo 24 deles com pelo menos um irmão mais velho diagnosticado com autismo.

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Os bebês foram submetidos a ressonâncias magnéticas funcionais enquanto dormiam e foram acompanhados com exames de rastreamento ocular aos 3, 6, 9 e 12 meses. Durante esses exames, os bebês assistiram a clipes de Charlie Brown e Vila Sésamo que mostravam interações sociais. O foco principal da pesquisa foi a Rede de Saliência, uma coleção de regiões cerebrais que ajuda a determinar quais estímulos ambientais merecem nossa atenção.

Os bebês com maior risco de desenvolver autismo mostraram ligações mais fortes entre a Rede de Saliência e as regiões do cérebro envolvidas no processamento sensorial e movimento. Por outro lado, bebês do grupo de "baixo risco" exibiram maior conectividade entre a Rede de Saliência e áreas cerebrais relacionadas à atenção e interações sociais, conexões que eram mais fracas no grupo de "alto risco".

Com apenas seis semanas, esses padrões cerebrais iniciais previram comportamentos aos 12 meses. Bebês com maior conectividade em regiões sensoriais mostraram respostas extremas a sons e sensações, uma condição comum no autismo. Já aqueles com maior conectividade em regiões sociais demonstraram melhor capacidade de interação social com seus pares.

"Uma teoria emergente na pesquisa sobre autismo é que diferenças no processamento sensorial podem preceder os sintomas sociais e de comunicação clássicos do autismo", disse Shulamite Green, professora assistente da Escola de Medicina David Geffen da UCLA e autora correspondente do estudo. "Esses dados mostram que diferenças cerebrais muito precoces, relacionadas à alocação de atenção, podem prever comportamentos sensoriais e sociais em crianças".

Embora o estudo tenha limitações, como o pequeno tamanho da amostra e a avaliação em um único ponto temporal, os resultados sugerem que padrões atípicos de conectividade na Rede de Saliência podem refletir uma vulnerabilidade de desenvolvimento.

FONTE/CRÉDITOS: Por Pandora Dewan, Repórter Científico Sênior - Communications Biology - Newsweek

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