Um estudo inovador das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR), em colaboração com instituições do Reino Unido, revelou que pedalar não apenas reduz a ativação cerebral, mas também organiza os circuitos neurais, especialmente quando realizado de olhos fechados. A pesquisa, publicada na revista científica Plos One, sugere que essa atividade física pode abrir caminho para novos tratamentos alternativos de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e o Alzheimer, devido à forma como o cérebro reage ao ciclismo.
Os pesquisadores já haviam demonstrado que pedalar traz benefícios imediatos para pacientes com Parkinson, reduzindo tremores e outros sintomas motores. Agora, este novo estudo aprofunda-se nos mecanismos por trás desse fenômeno. Ao monitorar a atividade elétrica cerebral de 24 adultos saudáveis, os cientistas descobriram que o cérebro se torna mais eficiente e organizado durante a prática do ciclismo, especialmente com os olhos fechados, comparado ao estado de repouso. Isso acontece porque o cérebro utiliza menos circuitos neurais ao pedalar, o que se traduz em menor esforço cognitivo e maior eficiência.
A explicação para esse fenômeno está na repetitividade dos movimentos do ciclismo, que sincronizam os impulsos nervosos e reduzem a complexidade cerebral. O estudo também sugere que atividades repetitivas, como a meditação e tarefas cíclicas no trabalho, podem ter efeitos semelhantes no cérebro. Os pesquisadores planejam aprofundar essa investigação, explorando diferentes modelos de bicicleta, ambientes de realidade virtual e pacientes com condições neurológicas para otimizar os tratamentos e preservar o controle motor em pessoas com Parkinson.