Já imaginou entrar num avião e, enquanto cruza os céus a 900 km/h, descobrir que tanto o piloto quanto o copiloto estão… dormindo? Pois é. Embora pareça cena de filme de comédia, isso acontece — e com mais frequência do que você imagina.
Um estudo da Associação Britânica de Pilotos (BALPA) revelou dados alarmantes sobre a fadiga na aviação comercial. Mais de metade dos pilotos admitiu já ter dormido durante o voo, e quase um terço afirmou que, ao acordar, encontrou o copiloto também dormindo.
Quando os céus ficam perigosamente silenciosos
A pesquisa apontou que 43% dos pilotos relataram sentir o cansaço afetar sua capacidade de pilotar pelo menos uma vez por mês. Isso significa que, mesmo com todos os sistemas de segurança e o piloto automático, o fator humano ainda representa um risco silencioso nas alturas.
E a polêmica ganhou ainda mais repercussão após a divulgação de uma imagem chocante, mostrando comandante e copiloto dormindo ao mesmo tempo durante o voo. O caso aconteceu em uma companhia aérea não identificada, mas acendeu um alerta vermelho sobre o estado físico e mental dos profissionais da aviação.
Mas... não é seguro voar com piloto automático?
Muita gente acredita que o piloto automático resolve tudo. De fato, essa tecnologia é responsável por manter o avião em rota, altitude e velocidade constante. Mas ele não substitui completamente os pilotos humanos. Em situações inesperadas — como mudanças bruscas no clima, turbulência severa, falhas técnicas ou emergências médicas — é essencial que os pilotos estejam alertas e prontos para agir.
Além disso, o pouso e a decolagem geralmente exigem controle manual, o que torna o descanso estratégico dos pilotos algo delicado e fundamental de ser gerenciado corretamente.
Regras de descanso existem, mas a pressão é real
As companhias aéreas têm regras rígidas sobre janelas de descanso e escalas de voos. Porém, segundo relatos de pilotos, a pressão por cumprir horários, escalas mal planejadas e o acúmulo de voos podem acabar comprometendo o sono e aumentando os riscos.
Muitos pilotos dizem que, mesmo com os períodos de descanso regulamentares, não conseguem relaxar o suficiente entre um voo e outro. O resultado? Fadiga crônica.
Curiosidade: dormir é permitido, mas não ao mesmo tempo
Sim, os pilotos podem dormir durante o voo, especialmente em voos longos e com piloto automático ativado. Mas há um detalhe essencial: nunca ao mesmo tempo. A prática é chamada de “descanso controlado em voo” e deve ser feita de forma alternada, com um piloto sempre acordado e atento.
O problema é que a realidade muitas vezes não segue o protocolo.
Já imaginou você voando com a cabine em modo soneca?
Embora a aviação comercial seja considerada um dos meios de transporte mais seguros do mundo, os dados da BALPA mostram que a fadiga é um problema silencioso, mas muito presente.
Da próxima vez que você viajar de avião, é bem provável que o piloto tenha dormido em algum momento do voo anterior. E tudo bem — desde que o colega estivesse acordado!