Já imaginou se encontrássemos um planeta repleto de vida... mas a 124 anos-luz da Terra? Pois é. Cientistas acabam de dar um passo gigantesco nessa direção ao identificar gases biológicos na atmosfera do exoplaneta K2-18 b — e isso pode ser o indício mais forte até hoje da existência de vida alienígena.
Mas calma! Ainda não descobriram homenzinhos verdes com naves espaciais. O que foi encontrado são bioassinaturas químicas — ou seja, pistas de que pode haver processos biológicos acontecendo por lá, semelhantes aos que temos aqui na Terra.
O que encontraram no planeta K2-18 b?
O Telescópio Espacial James Webb, que já é uma verdadeira estrela da astronomia, detectou dois gases curiosos na atmosfera desse planeta:
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Sulfeto de dimetila (DMS)
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Dissulfeto de dimetila (DMDS)
Na Terra, esses gases são produzidos exclusivamente por organismos vivos, principalmente por fitoplânctons, aquelas pequenas criaturas microscópicas que vivem nos oceanos. A presença deles em outro planeta levanta uma pergunta que está martelando a cabeça dos cientistas: será que K2-18 b é um mundo oceânico cheio de vida microbiana?
E mais: a quantidade desses gases na atmosfera é milhares de vezes maior do que o que existe por aqui. Segundo os pesquisadores, não há explicação conhecida sem envolver atividade biológica.
O que torna esse planeta tão especial?
K2-18 b não é um planeta qualquer. Ele tem algumas características que o colocam como um forte candidato à vida:
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Está na “zona habitável” de sua estrela, ou seja, a uma distância ideal onde água líquida pode existir.
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É 2,6 vezes maior que a Terra, com 8,6 vezes mais massa.
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Gira em torno de uma estrela anã vermelha mais fria e menos brilhante que o nosso Sol.
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Fica na constelação de Leão, a 124 anos-luz da Terra.
E o mais interessante: ele pode ter uma atmosfera rica em hidrogênio e oceanos quentes, ideais para formas de vida simples.
Estamos entrando na era da astrobiologia observacional
Segundo o astrofísico Nikku Madhusudhan, que liderou a pesquisa, essa é a primeira vez que conseguimos detectar possíveis bioassinaturas em um planeta fora do sistema solar com o nível de confiança atual (99,7%!). E isso abre um novo capítulo na busca por vida no cosmos.
Esse tipo de descoberta marca o nascimento da chamada astrobiologia observacional — o estudo direto de possíveis sinais de vida em outros planetas usando telescópios e instrumentos modernos.
Curiosidades que vão explodir sua mente 💥
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Um ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. Ou seja, se fôssemos até K2-18 b com a tecnologia atual, levaríamos milhares de anos.
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Desde os anos 90, já foram descobertos mais de 5.800 exoplanetas — e K2-18 b está entre os mais promissores.
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O James Webb é tão sensível que consegue detectar moléculas na atmosfera de planetas a milhões de quilômetros de distância.
E agora? Estamos sozinhos?
Apesar da empolgação, os cientistas pedem cautela. Ainda são necessários mais estudos, revisões e análises independentes para confirmar essa possível descoberta. Mas uma coisa é certa: estamos mais perto do que nunca de responder uma das perguntas mais antigas da humanidade: "Estamos sozinhos no Universo?"
Enquanto isso... já imaginou o que mais pode estar lá fora?