O café é o combustível matinal de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas já reparou que, enquanto alguns ficam ligados no 220V após uma xícara, outros podem tomar litros e continuar bocejando? Se você se encaixa nesse segundo grupo, a resposta pode estar nos seus genes!
A ciência por trás da resistência à cafeína
O segredo está em como o corpo metaboliza a cafeína. Essa substância age bloqueando os receptores de adenosina no cérebro, um neurotransmissor responsável por nos fazer sentir sonolentos. O problema é que algumas pessoas processam a cafeína rápido demais, fazendo com que seus efeitos desapareçam antes mesmo de surtirem impacto.
Isso acontece por conta de um gene chamado CYP1A2, responsável por produzir a enzima que decompõe a cafeína. Dependendo da sua versão desse gene, você pode metabolizar a cafeína em três velocidades:
-
Rápida: Seu corpo elimina a cafeína em tempo recorde, reduzindo seus efeitos.
-
Intermediária: Você sente a cafeína, mas por um tempo moderado.
-
Lenta: A cafeína demora mais para ser eliminada e seus efeitos duram mais tempo.
Cerca de 50% da população tem metabolismo rápido para cafeína, enquanto 10% metabolizam tão lentamente que podem sentir seus efeitos por horas!
Tolerância: o vilão oculto do café
Outro fator que pode influenciar é a tolerância. Quanto mais café você bebe, mais seu corpo se adapta, precisando de doses cada vez maiores para sentir o mesmo efeito. Isso acontece porque o cérebro cria mais receptores de adenosina para compensar a presença constante de cafeína, tornando seu consumo menos eficaz ao longo do tempo.
O papel dos hormônios e do estilo de vida
Além da genética, o café interage com o nosso sistema hormonal. Ele pode aumentar os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e adrenalina, o que explica a sensação de alerta. Mas, dependendo do seu organismo, essa resposta pode ser mais intensa ou quase inexistente.
Além disso, certos medicamentos podem interferir na metabolização da cafeína, reduzindo ou intensificando seus efeitos. Por isso, se você sente que o café não faz efeito, pode ser uma combinação de fatores genéticos e hábitos de vida!
Parar de tomar café: o que acontece com o corpo?
Se você já tentou cortar o café de vez, provavelmente sentiu sintomas como:
-
Dores de cabeça (devido ao aumento repentino do fluxo sanguíneo no cérebro);
-
Cansaço extremo (o corpo volta a sentir toda a ação da adenosina);
-
Irritabilidade e dificuldade de concentração.
Mas calma! Esses sintomas costumam desaparecer em uma semana, e algumas pessoas até relatam melhora na energia natural e no foco após a abstinência de cafeína.
Curiosidades sobre o café e a cafeína
-
Cientistas descobriram que há diferenças genéticas até no gosto pelo café! Algumas pessoas acham o sabor mais amargo do que outras devido a variações genéticas nos receptores gustativos.
-
A meia-vida da cafeína varia de pessoa para pessoa. Enquanto para alguns ela dura apenas duas horas, para outros pode permanecer no corpo por até oito horas.
-
Café descafeinado ainda tem cafeína! Embora em menor quantidade, o café descafeinado pode conter entre 2 e 5 mg de cafeína por xícara.
Então, se o café não te desperta, agora você já sabe: pode ser culpa da sua genética! Mas não se preocupe, há outras maneiras de energizar o corpo, como uma boa noite de sono, alimentação equilibrada e exercícios físicos.
E você, sente os efeitos do café ou faz parte do time que toma e continua sonolento? Conta pra gente nos comentários!
Comentários: