Já imaginou estar curtindo as férias dos sonhos, bebendo um drink à beira-mar, e de repente começar a sentir tontura, visão embaçada e confusão mental, tudo porque a bebida estava contaminada com um veneno mortal? Pois é, esse cenário tem acontecido com cada vez mais frequência.
Recentemente, o governo do Reino Unido emitiu um alerta global sobre o risco de envenenamento por metanol, ampliando a lista de países com casos suspeitos. Agora, além de lugares como Tailândia, Vietnã e Indonésia, também entraram Ecuador, Japão, México, Peru, Rússia, Quênia, Nigéria e Uganda.
“Methanol poisoning can kill” (envenamento por metanol pode matar), afirmou o ministro britânico Hamish Falconer.
“Os primeiros sintomas parecem os de uma simples bebedeira. Quando a pessoa percebe o perigo, pode ser tarde demais.”Publicidade
O que é o metanol e por que ele é tão perigoso?
O metanol é uma substância usada na indústria, presente em produtos como anticongelante, solventes e líquidos de limpeza. Ele não é próprio para consumo humano e, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, coma e morte.
O problema é que, para economizar, alguns produtores e vendedores ilegais misturam metanol ao álcool comum, criando bebidas adulteradas que enganam facilmente o paladar, mas são extremamente tóxicas.
Essas misturas perigosas são vendidas principalmente em bares turísticos, festas de rua e bebidas servidas em baldes ou jarras, onde o consumidor não vê a garrafa original.
Como identificar os sintomas
Os primeiros sinais de intoxicação por metanol se parecem com os de uma ressaca comum: náusea, tontura e dor de cabeça. Mas, entre 12 e 48 horas após o consumo, os sintomas se agravam:
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Visão borrada ou perda temporária da visão;
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Dificuldade para respirar;
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Confusão mental intensa;
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E, em casos graves, cegueira permanente ou morte.
Casos como o da britânica Simone White, de 28 anos, que morreu em 2024 após beber metanol sem saber, ou o do jovem Calum Macdonald, que ficou cego no Laos, mostram que o perigo é real e silencioso.
O Brasil não está imune, e os números assustam
No Brasil, o problema também está presente: segundo o Ministério da Saúde, em outubro de 2025 o Brasil registrou 46 casos confirmados de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas, e oito mortes já foram confirmadas.
São Paulo lidera o número de casos e investigações. Em muitos eventos, as bebidas vinham de fontes informais ou destilarias clandestinas. Em um dos casos relatados, uma mulher ficou cega após tomar três caipirinhas adulteradas em um bar.
“É importante que as pessoas saibam, porque é uma informação simples que pode proteger a visão e a vida”, disse um sobrevivente britânico cego após intoxicação.
Como se proteger
Especialistas e o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido recomendam que turistas:
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Evitem bebidas de origem duvidosa ou servidas fora da garrafa original;
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Comprem apenas em locais licenciados e confiáveis;
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Rejeitem “shots gratuitos” oferecidos por desconhecidos;
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E desconfiem de bebidas baratas demais.
O governo britânico também lançou campanhas educativas para ensinar viajantes a reconhecer os sintomas e procurar ajuda médica imediatamente ao menor sinal de intoxicação.
Um alerta que pode salvar vidas
Muita gente viaja para relaxar e se divertir, mas nem imagina que um simples gole pode ser fatal. O alerta internacional sobre o metanol é um lembrete de que o perigo pode estar disfarçado em um copo colorido com guarda-chuvinha.
O conselho é simples: se for brindar, brinde com segurança. Sua saúde e sua visão valem bem mais do que um drink gratuito.
“Eu certamente acho que, se soubesse dos riscos, não estaria aqui hoje sem a minha visão”, disse Calum, um dos sobreviventes do envenenamento.
