Na última sexta-feira (23), a Região Metropolitana de Goiânia testemunhou um marco no transporte público local com a chegada do primeiro dos seis ônibus elétricos encomendados para o Eixo Anhanguera. Este é o início de um projeto ambicioso que visa renovar a frota de transporte da região, trazendo uma tão esperada modernização para os cerca de 150 mil usuários diários dessa importante linha.
O governador Ronaldo Caiado liderou a apresentação dos novos veículos, realçando os benefícios que essa atualização trará para os passageiros. Com um investimento total de R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão direcionados para a renovação da frota, o projeto não apenas busca aprimorar a qualidade do transporte público, mas também promover práticas mais sustentáveis.
Os novos ônibus elétricos, fabricados pela BYD, representam um salto tecnológico e ecológico. Equipados com chassis D11A, esses veículos biarticulados possuem 23 metros de comprimento e autonomia de 250 quilômetros. São os primeiros modelos no mundo com essas características, proporcionando não apenas conforto aos passageiros, mas também contribuindo para a redução da emissão de poluentes.
Desenvolvido para minimizar a sobrecarga na rede elétrica das cidades, o modelo D11A da BYD possui uma capacidade de bateria de 516 kWh, montada sob a carroceria Torino Express da Marcopolo. Além disso, os ônibus contam com sistema de ar-condicionado, plataforma elevatória de acessibilidade, câmeras de segurança e internet Wi-Fi, garantindo uma experiência moderna e segura aos passageiros.
A carroceria Torino para chassis com motores a diesel é o modelo “básico” da encarroçadora Marcopolo para atender ao maior segmento de ônibus urbanos do Brasil: piso alto com motorização na frente. Em geral, o Torino encaroça chassis de 15 toneladas e 17 toneladas, que juntas respondem por quase 80% do mercado de urbanos, segundo a FABUS, associação que representa as encarroçadoras. A proposta do elétrico Torino com tecnologia da BYD é a mesma: atender ao perfil da maior parte dos operadores de ônibus urbanos no Brasil que usam carrocerias mais simples e robustas em chassis de piso alto devido às condições viárias urbanas severas, com buracos, valetas e lombadas. O Torino elétrico BYD pode ter comprimento de até 13,2 metros e três portas, sendo que a do meio, para acessibilidade, conta com elevador para pessoas em cadeiras de rodas: igualzinho aos ônibus diesel de motor dianteiro. O acabamento interno também é simples, mas pelo fato de o veículo não ser a diesel, a trepidação e os ruídos são menores.
O custo mensal para abastecer um ônibus elétrico com energia pode chegar até 6 vezes menos do que um ônibus a diesel. Os ganhos ambientais para a cidade são inúmeros. Um ônibus elétrico deixa de emitir 125 mil kg de CO2 ao ano, o equivalente ao plantio de 892 árvores.
Além da introdução dos ônibus elétricos, o projeto abrange melhorias na infraestrutura do Eixo Anhanguera, incluindo a revitalização de terminais e estações, construção e reforma de pontos de parada, instalação de câmeras de monitoramento e adaptações nas garagens para recargas.
A Metrobus, empresa responsável pelo transporte, destaca-se como pioneira no Brasil ao adotar uma frota totalmente eletrificada, demonstrando um compromisso com o meio ambiente. O evento contou com a presença de autoridades, representantes do setor de transporte e da iniciativa privada, destacando a colaboração entre governo e sociedade para impulsionar melhorias no transporte público da região.
Com um plano ambicioso para os próximos anos, está prevista a introdução de 1.170 novos ônibus climatizados até 2026, incluindo 150 veículos elétricos, que também servirão ao Eixo BRT Norte-Sul e linhas alimentadoras. Essa iniciativa representa um grande avanço na busca por um transporte público mais eficiente, acessível e sustentável para os moradores da Região Metropolitana de Goiânia.
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