A solidão tornou-se uma epidemia global, mesmo em uma era em que estamos mais conectados do que nunca. Especialistas alertam para os efeitos devastadores dessa tendência crescente e oferecem insights sobre como combatê-la.
Apesar da crescente interconectividade proporcionada pela internet e redes sociais, muitas pessoas relatam uma sensação de isolamento e desconexão. O renomado jornal científico The Lancet destacou a gravidade do problema, formando um comitê dedicado ao estudo da solidão e seu impacto na saúde física e mental.
Em resposta a essa crise, países como Japão, Reino Unido e Estados Unidos nomearam ministros específicos para lidar com o problema, reconhecendo a solidão como uma preocupação de saúde pública equiparável ao tabagismo em seus efeitos negativos.
A solidão e o isolamento social têm sido associados há muito tempo à má função imunológica e a problemas cardiovasculares, como hipertensão, e aumentam o risco de acidente vascular cerebral em 30%. Contribuem também para o declínio cognitivo e estão associados a um aumento de 50% na demência. Pessoas isoladas também tendem a ter mais hábitos não saudáveis, como fumar e/ou beber em excesso, além de ser mais sedentárias.
Uma análise recente – de 70 estudos combinados, com mais de três milhões de participantes – demonstra que a solidão aumenta o risco de morte em 26%, aproximadamente o mesmo que a obesidade. O fato de que mais de uma em cada quatro pessoas em países industrializados pode estar vivendo na solidão, com consequências certamente devastadoras para a saúde, deveria nos preocupar.
Diante desse cenário, a busca por um equilíbrio saudável entre a conectividade digital e a conexão interpessoal genuína emerge como uma necessidade urgente na luta contra a epidemia de solidão.