Quando o assunto é superstição, poucos símbolos são tão icônicos quanto a combinação de sexta-feira 13 e gatos pretos. Mas será que essa história de azar é real? E por que tanta gente ainda tem medo de cruzar com um gato preto nessa data? A verdade por trás desse mito é bem mais sombria — mas não por culpa dos felinos.
Prepare-se para descobrir como a superstição nasceu, por que ela se espalhou e o que a ciência, a história e até a justiça têm a dizer sobre isso.
A origem da superstição: bruxas, igreja e perseguição
A lenda de que o gato preto dá azar nasceu na Idade Média, época em que o medo do desconhecido dominava a Europa. Os gatos, com seus olhos brilhantes e hábitos noturnos, foram associados à bruxaria. Acreditava-se que bruxas podiam se transformar nesses animais ou que usavam os gatos como seus "espíritos familiares", ajudantes em rituais mágicos.
Essa crença ganhou força no século XV, quando o Papa Inocêncio VIII autorizou a perseguição aos gatos pretos como parte da “guerra contra o ocultismo”. O resultado foi trágico: milhares de gatos mortos e um efeito colateral inesperado.
Menos gatos, mais ratos... e peste
A matança em massa de gatos teve uma consequência inesperada. Com a redução dos felinos nas cidades e vilas, a população de ratos cresceu de forma descontrolada. E, com ela, doenças como a peste negra se espalharam por toda a Europa, matando milhões de pessoas. Ou seja, o verdadeiro azar foi não ter mais gatos por perto.
Sorte em outras culturas
Enquanto na cultura ocidental os gatos pretos ainda enfrentam preconceito, em outros países eles são vistos como símbolo de sorte:
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No Japão, acredita-se que gatos pretos atraem amor e bons pretendentes.
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Na Irlanda, ver um gato preto à noite é sinal de prosperidade.
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Na Inglaterra, pescadores mantinham gatos pretos em casa para garantir um retorno seguro do mar.
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No Egito Antigo, os gatos pretos eram sagrados, protegidos por leis e reverenciados como guardiões espirituais.
No Brasil, o perigo é outro: o preconceito
Infelizmente, ainda há quem acredite que gatos pretos são “do mal”. Isso faz com que eles sejam os menos adotados nos abrigos e os mais vulneráveis a maus-tratos. E pior: em datas como a sexta-feira 13, ONGs e protetores de animais ficam em alerta, já que há registros de uso desses animais em rituais cruéis.
Mas vale lembrar: maltratar animais é crime no Brasil. E pode dar cadeia.
Maltratar dá azar — e cadeia
Segundo a legislação brasileira, maus-tratos a animais é crime com pena de prisão. Casos devem ser denunciados:
📞 Ligue 190
📞 Denúncia anônima: 181
📞 Contato com o Ibama: 0800 61 8080
Se você quer fazer a diferença, adote, proteja e respeite. Especialmente aqueles que mais sofrem com o preconceito.
Curiosidades felinas que talvez você não saiba
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Gatos pretos são os mais resistentes a doenças genéticas.
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Em abrigos, são os últimos a serem adotados, mesmo sendo tão carinhosos quanto qualquer outro gato.
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Algumas raças de gatos pretos têm pelos com reflexos azulados ao sol.
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A raça “Bombay” é conhecida como a “pantera de colo” por sua pelagem escura e olhos dourados.
Azar mesmo é não saber a verdade
A sexta-feira 13 pode até carregar um clima misterioso, mas não há nada de assustador em um gato preto. Pelo contrário: eles são parte de uma história rica, cheia de injustiças e símbolos que precisam ser reinterpretados.
Então, da próxima vez que cruzar com um gato preto, lembre-se: ele pode ser exatamente a sorte que você estava esperando.
