O Brasil enfrenta um aumento alarmante nos casos de dengue, com mais de 100% de aumento nas duas primeiras semanas de 2024 em comparação com o ano anterior. Em resposta, o governo federal anunciou a chegada de 750 mil vacinas para iniciar uma campanha de imunização em 521 municípios.
A cobertura da vacina da dengue pelo sistema público levanta a questão: os planos de saúde são obrigados a cobrir esse imunizante? Com 51 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) esclarece que os planos não são obrigados a cobrir vacinas, mas alguns contratos podem contemplar essa cobertura.
Segundo a ANS, caso um beneficiário tenha um plano que cubra serviços adicionais, incluindo vacinas, ele deve verificar com sua operadora se há cobertura para a imunização da dengue. A reportagem identificou que algumas clínicas já oferecem a vacina antes mesmo do início da campanha governamental, com preços variando de R$ 349 a R$ 428 por dose.
O superintendente-executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, explica que os planos geralmente optam por não reembolsar ou oferecer a vacina, argumentando que essa é uma necessidade universal. Ele destaca que, ao cobrir a vacina, os planos efetivamente estariam repassando o custo para todos os beneficiários, mesmo aqueles que não precisam da imunização.
Apesar das discussões sobre a cobertura pelos planos de saúde, a vacina, conhecida como Qdenga, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), com previsão de oferecimento gratuito a partir de fevereiro. A vacina possui eficácia variada para os diferentes sorotipos da dengue, sendo um instrumento crucial para prevenir casos graves e reduzir o risco de morte associado à doença.
Enquanto a imunização se torna uma estratégia essencial, a prevenção continua sendo fundamental. Além da vacina, a população é orientada a reduzir a infestação de mosquitos transmissores, eliminando criadouros e utilizando repelentes como medidas individuais de proteção contra a dengue. O desafio persiste diante do ressurgimento de variantes da doença após períodos sem novos casos no país.
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