Já imaginou vencer uma competição importante, ser a pessoa mais rápida na pista e, em vez de aplausos, ouvir vaias da arquibancada? Foi exatamente isso que aconteceu com Verónica Garcia, uma atleta transgênero do estado de Washington, nos Estados Unidos.
Verónica levou o título estadual dos 400 metros rasos pela segunda vez consecutiva, correndo com um tempo impressionante de 55,70 segundos, mais de um segundo à frente da segunda colocada. Mas o destaque não foi apenas o desempenho. O que aconteceu depois da corrida levantou debates acalorados nas redes sociais e nos bastidores do esporte.
O que aconteceu nas arquibancadas?
Durante a premiação, uma parte da plateia reagiu negativamente à vitória de Verónica. As vaias foram direcionadas ao fato de ela ser uma mulher trans competindo em uma categoria feminina. A resposta da atleta, no entanto, foi direta e corajosa:
“Fiquei com raiva, mas não do tipo que faz você desistir. Foi a raiva que te impulsiona ainda mais.”
Ela ainda ironizou os críticos, dizendo que é uma pena que “não tenham nada melhor para fazer”. A declaração viralizou rapidamente e gerou debates sobre inclusão, justiça e o futuro das competições esportivas.
Uma questão que vai muito além da corrida
O caso de Verónica não é isolado. Ele reflete uma discussão global sobre a presença de atletas trans em esportes femininos. Há quem defenda a participação baseada na identidade de gênero, e há quem acredite que isso possa comprometer a equidade nas competições.
Nos Estados Unidos, estados como Washington permitem que estudantes trans participem de esportes conforme sua identidade de gênero. A proposta de criar uma divisão aberta chegou a ser considerada, mas até agora, nenhuma mudança nas regras foi adotada.
Curiosidades que você talvez não sabia
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Verónica não apenas venceu o estadual este ano, como também foi campeã em 2024.
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Algumas competidoras já se recusaram a subir no pódio com atletas trans em outros estados, como Oregon.
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O tempo médio das melhores corredoras de 400 metros no ensino médio americano gira entre 55 e 58 segundos. Ou seja, o desempenho de Verónica está entre os mais competitivos da categoria.
