Já imaginou se flanelinha virar crime no Brasil?
Entenda como essa prática pode ser considerada extorsão e render até oito anos de prisão
Se você já parou o carro em alguma rua movimentada, é quase certo que um flanelinha tenha aparecido oferecendo para “olhar o veículo”. Muitas vezes, você nem pediu o serviço, mas a cobrança vem de qualquer jeito. Agora, essa prática pode ganhar um novo status: o de crime de extorsão.
Um projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados propõe que cobrar para vigiar carro em via pública, sem autorização, seja punido com multa e até oito anos de prisão. Mais do que isso: se a vítima for mulher, idoso ou estiver acompanhada de crianças, a pena pode aumentar ainda mais.

De gorjeta a ameaça: como o flanelinha virou polêmica
Muita gente encara o flanelinha como uma forma de “seguro informal”: você paga e o carro fica sem riscos. Mas também existem relatos de motoristas que se recusaram a pagar e encontraram o veículo arranhado ou danificado. É justamente essa sensação de pressão psicológica que faz a prática ser considerada por alguns como uma forma de extorsão.
Curiosamente, essa atividade não é nova. Os primeiros registros de flanelinhas no Brasil datam da década de 1970, quando eles limpavam para-brisas em troca de algumas moedas. Com o tempo, a limpeza foi ficando de lado e o serviço passou a ser basicamente “vigiar o carro”.
O que pode mudar se a lei for aprovada
O Projeto de Lei 239/25, de autoria do deputado General Pazuello, prevê punições severas. A prática seria proibida em todo território nacional, exceto quando houver autorização formal da prefeitura ou de empresas privadas responsáveis por estacionamentos.
Além da pena de prisão, a lei prevê aumento da punição em casos de ameaça, violência ou quando a vítima for parte de um grupo vulnerável. Em outras palavras: a era do flanelinha “pedindo uma ajudinha” pode estar com os dias contados.

E se acabar o flanelinha, o que acontece?
Aqui entra uma curiosidade: cidades que tentaram banir flanelinhas enfrentaram um efeito inesperado. Em alguns casos, aumentaram os furtos de veículos, já que o “olhar informal” deles também inibia criminosos. Em outras localidades, a organização de estacionamentos públicos se fortaleceu, gerando empregos formais e maior sensação de segurança.
Será que a ausência dos flanelinhas deixaria as ruas mais seguras ou mais vulneráveis? Eis a polêmica que promete render muita discussão nos próximos meses.