Imagine caminhar pelas ruínas silenciosas de Chernobyl e, entre os escombros e a vegetação que tomou conta da área, encontrar algo improvável: um cão com o pelo azul. Foi exatamente isso que surpreendeu uma equipe de voluntários na zona de exclusão do antigo desastre nuclear.
Mais de 39 anos após a explosão do reator número 4, Chernobyl ainda guarda segredos; e agora, um deles parece ter ganhado quatro patas e uma coloração misteriosa.
Cães azuis aparecem perto da usina nuclear
O fenômeno veio à tona após um vídeo divulgado pela entidade Dogs of Chernobyl, ligada à organização Clean Futures Fund. Nas imagens, é possível ver um cão completamente azul entre outros animais de aparência normal. O vídeo também mostra ao menos dois outros cães com a mesma tonalidade.
“Encontramos três cães completamente azuis. Ainda não sabemos o que está acontecendo”, relatou a equipe.
“Os moradores locais disseram que eles não tinham essa cor na semana passada. É possível que tenham ingerido algum tipo de substância química.”
Apesar da cor incomum, os cães pareciam ativos e saudáveis, o que torna o mistério ainda maior. Até o momento, os voluntários não conseguiram capturá-los para exames detalhados.
O que pode ter causado a cor azul?
Há muitas hipóteses em discussão. A primeira é a exposição a resíduos químicos da região, já que Chernobyl ainda possui áreas contaminadas e com materiais industriais abandonados desde 1986. Outra possibilidade é uma mutação genética, resultado de décadas de radiação e reprodução entre os próprios cães da zona isolada.
Os especialistas ressaltam que, embora o local ainda apresente níveis de radiação, os cães de Chernobyl vêm sendo estudados há anos por cientistas interessados em entender como a natureza se adaptou após o desastre.
Relembrando o pior acidente nuclear da história
O acidente de Chernobyl, em 26 de abril de 1986, aconteceu quando um teste malsucedido provocou a explosão do reator número 4 da usina, localizada na então União Soviética; hoje território da Ucrânia.
A tragédia liberou uma nuvem de radiação que contaminou a cidade de Pripyat e outras regiões próximas, sendo considerada o pior desastre nuclear da história.
Desde então, a área se transformou em um cenário quase pós-apocalíptico, onde a natureza retomou o espaço e espécies selvagens prosperaram. Os cães, descendentes dos antigos animais domésticos da região, se tornaram símbolo dessa resistência silenciosa.
Um novo enigma para a ciência
O surgimento dos cães azuis levanta mais perguntas do que respostas. Seria o resultado da contaminação ainda presente no solo? Ou um efeito natural de adaptação genética?
Enquanto as investigações continuam, uma coisa é certa: Chernobyl segue sendo um laboratório vivo, onde o tempo e a ciência ainda tentam decifrar as consequências invisíveis de um dos maiores desastres da humanidade.
“Esses cães são testemunhas vivas de Chernobyl”, dizem os voluntários. “E agora, talvez também portadores de um novo mistério.”
