Sabado, 15 de Novembro de 2025
Qual a idade certa para dar um celular a uma criança

Comportamentos

Qual a idade certa para dar um celular a uma criança

Nem toda criança está pronta para lidar com o mundo digital. Veja o que considerar antes da compra.

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Imagine o olhar curioso de uma criança pedindo o próprio celular. De um lado, a praticidade de poder falar com ela a qualquer hora. Do outro, o medo de abrir a porta para um mundo cheio de distrações, comparações e riscos digitais.

Essa dúvida já tirou o sono de muitos pais. Afinal, em que momento o celular deixa de ser uma ferramenta útil e passa a ser um problema?

Crianças com celulares
Em que momento o celular deixa de ser uma ferramenta e passa a ser um problema?

 

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A geração que nasce deslizando o dedo na tela

As crianças de hoje aprendem a mexer em um smartphone antes mesmo de amarrar os próprios sapatos. Para muitas delas, o toque na tela é quase instintivo. Mas essa familiaridade não significa maturidade.

Pesquisas mostram que crianças de até oito anos têm pouca noção dos riscos online, e que o comportamento digital dos filhos reflete muito o exemplo dos pais.

“As crianças copiam o uso de tecnologia dos pais. Se veem os adultos sempre com o celular, tendem a fazer o mesmo.”

Por isso, o primeiro passo talvez não seja decidir a idade ideal, mas repensar como o celular é usado dentro da própria casa.

Criança com celular
Para muitas crianças, o toque na tela é quase instintivo

 

Quando o celular vira um espelho da adolescência

Durante a adolescência, o cérebro passa por transformações intensas. É quando a opinião dos colegas pesa mais, e a busca por aceitação se torna quase uma missão diária.

Não é coincidência que, entre os 11 e 15 anos, muitos adolescentes comecem a sentir os efeitos emocionais do uso intenso das redes sociais. Um estudo com mais de 17 mil jovens revelou que quanto mais tempo conectado entre os 11 e 13 anos (meninas) e 14 e 15 anos (meninos), maior a chance de se sentirem insatisfeitos com a vida no ano seguinte.

A explicação é simples: a adolescência é um período de “janelas de sensibilidade”, em que o cérebro está mais vulnerável às comparações sociais e à busca por status.

O celular pode ser um vilão… mas também um aliado

Apesar das preocupações, o celular não é o inimigo número um. Para muitos jovens, ele é uma ponte para amizades, aprendizado e segurança.

Durante a pandemia, por exemplo, foi o celular que manteve o contato com a escola e com os amigos. Para adolescentes que enfrentam dúvidas sobre identidade, saúde mental ou sexualidade, ele pode ser uma ferramenta de apoio e informação.

Mas o equilíbrio é essencial. A tecnologia deve aproximar, e não substituir o mundo real.

Crianças com celulares
Para muitos jovens, ele é uma ponte para amizades, aprendizado e segurança

 

O desafio dos pais: proteger sem controlar demais

Especialistas concordam: não existe uma idade mágica para dar o primeiro celular. A decisão depende da maturidade emocional da criança, da rotina da família e do nível de acompanhamento dos pais.

Em muitos casos, os pais são os primeiros interessados que o filho tenha um celular, principalmente para manter contato e garantir segurança.

Mas é importante que o aparelho venha acompanhado de regras claras:

  • Não usar o celular na hora das refeições;

  • Evitar deixá-lo no quarto durante a noite;

  • Combinar juntos quais aplicativos serão instalados.

E o mais importante: dar o exemplo. Se os pais passam o jantar inteiro olhando o celular, as crianças vão seguir o mesmo caminho.

Aprender a esperar também é uma lição

Nem sempre ter um celular cedo é sinal de maturidade. Aprender a esperar, lidar com o tédio e interagir presencialmente com os amigos são habilidades que também precisam ser cultivadas.

“O medo de exclusão nunca acaba. Em algum momento, todos precisam aprender a definir limites.”

Talvez o segredo esteja em ensinar o equilíbrio digital, e não apenas em adiar o inevitável.

Conclusão: o momento certo é aquele em que há preparo

Não há uma resposta universal, mas há um consenso: o celular pode ser uma ferramenta incrível, desde que venha acompanhado de diálogo, supervisão e bom senso.

Dar um celular a uma criança é muito mais do que um presente. É um ato de confiança, uma oportunidade de ensinar responsabilidade e de abrir conversas sobre como viver, e se proteger, no mundo conectado.

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