Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025
Adeus, Papanicolau? Conheça o novo teste de HPV do SUS

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Adeus, Papanicolau? Conheça o novo teste de HPV do SUS

Desenvolvido no Brasil, o teste DNA-HPV é mais preciso, rápido e menos desconfortável.

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Já imaginou nunca mais precisar fazer o temido Papanicolau?

Para muitas mulheres, o simples pensamento em fazer o exame ginecológico já causa desconforto. Pois uma boa notícia está se espalhando pelo país: o SUS começou a substituir o Papanicolau por um teste muito mais moderno e menos invasivo, capaz de detectar o vírus HPV antes mesmo que qualquer lesão apareça.

Chamado de teste DNA-HPV, ele usa biologia molecular para identificar o papilomavírus humano, principal responsável pelo câncer do colo do útero. O exame foi totalmente desenvolvido no Brasil, no Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, e já está disponível em unidades do SUS de vários estados.

“Estamos diante de uma das maiores revoluções da saúde feminina no país”, afirmam especialistas.

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DNA HPV do SUS
O teste DNA-HPV, ele usa biologia molecular para identificar o papilomavírus

 

Por que o novo teste é tão importante?

O câncer do colo do útero é o terceiro mais comum entre as mulheres brasileiras, causando cerca de 20 mortes por dia. A doença se desenvolve lentamente, a partir de infecções persistentes pelo HPV — um vírus que a maioria das pessoas sexualmente ativas vai contrair em algum momento da vida.

Mas atenção: ter HPV não significa ter câncer.
Na maioria dos casos, o próprio organismo elimina o vírus naturalmente. O problema está nas infecções que persistem, pois elas podem causar alterações nas células e evoluir para o câncer.

O grande avanço do teste DNA-HPV é justamente detectar essas infecções antes que causem qualquer dano. Assim, o diagnóstico pode ser feito de forma muito mais precoce e eficaz.

Examae de papanicolau
O câncer do colo do útero é o terceiro mais comum entre as mulheres brasileiras

 

Como o teste funciona

O Papanicolau, criado em 1928, depende da análise visual de células raspadas do colo do útero. É um método eficiente, mas que exige profissionais altamente treinados e pode gerar resultados divergentes entre observadores.

Já o novo teste de DNA-HPV usa a técnica de PCR, a mesma dos testes de Covid-19. Ele amplifica pequenas quantidades de DNA e identifica o vírus com precisão, inclusive os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A coleta é parecida com a do exame tradicional, mas é mais rápida e menos desconfortável.
O material vai direto para análise laboratorial, sem a necessidade de raspar células ou espalhá-las em lâminas. E o melhor: se o resultado for negativo, o intervalo entre exames aumenta para cinco anos, em vez de dois ou três.

“O teste tem um valor preditivo negativo muito alto.
Se ele dá negativo, a probabilidade de câncer é mínima”, explica a patologista Annelise Wengerkievicz Lopes.

Onde o exame já está disponível

O novo método está sendo implementado em 14 cidades de 11 estados, além de Brasília. Entre elas estão Fortaleza, Recife, Curitiba, Pelotas, Aparecida de Goiânia, Uberaba, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto. A meta é que até 2026 o exame esteja acessível em todo o Brasil.

E tem mais: o Ministério da Saúde também está disponibilizando a autocoleta, voltada especialmente para mulheres com dificuldade de acesso ou desconforto com o exame ginecológico. A paciente aprende a coletar o material em casa e leva à unidade básica de saúde.

Essa estratégia busca alcançar grupos que geralmente ficam fora do rastreamento, como mulheres em situação de rua, privadas de liberdade, refugiadas, quilombolas e até homens trans.

Um passo histórico na prevenção

O teste DNA-HPV faz parte do Plano Nacional para o Enfrentamento do Câncer do Colo do Útero, que pretende alcançar 7 milhões de mulheres por ano. O SUS passará a convidar ativamente pacientes entre 25 e 64 anos para realizar o exame — uma estratégia que já salvou vidas em países como Reino Unido, Portugal e Espanha.

Além disso, o novo exame não substitui a vacinação contra o HPV, que continua sendo uma das armas mais poderosas na prevenção. O SUS oferece a vacina gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos.

“Vacina e rastreamento caminham juntos.
São as duas peças que podem eliminar o câncer do colo do útero”, reforça Annelise.

Educação e informação também salvam vidas

Mesmo com o avanço da tecnologia, ainda há muita desinformação sobre o HPV. Especialistas defendem que a educação sexual nas escolas e o diálogo aberto com os profissionais de saúde são tão importantes quanto o exame em si.

Afinal, estamos falando de um tipo de câncer totalmente prevenível.
E agora, com o teste DNA-HPV, o Brasil dá um passo importante para garantir que cada mulher tenha acesso a um diagnóstico mais rápido, confortável e preciso.

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